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Glória e Louvor: Associativismo com História

No decorrer das próximas semanas perpetua-se a memória. Apresentamos momentos, eventos e histórias que marcaram o percurso de vida da BD2J. Grande parte destes podem encontrar no livro da associação Aspectos da Vida da Banda Democrática 2 de Janeiro por Rui Aleixo.

A partir da segunda metade do século XIX, desenvolveram-se novas formas de associativismo como resposta às necessidades surgidas com o advento da sociedade industrial e com a ocupação dos tempos livres das populações. Até ao último quartel do século vinte, coube às associações de cultura, desporto e recreio, quase em exclusividade, a satisfação das necessidades colectivas nestes domínios. Estas associações, que desempenharam um importante papel social, granjearam o apoio das populações e conquistaram, algumas delas, um elevado prestígio no seio das suas comunidades. Era um tempo em que a Administração Central se encontrava distante e a Local primava pela ausência. O que se fazia, nestas áreas, resultava do empenho das colectividades. Estádios de futebol, sedes e espaços lúdicos, que foram construídos graças ao esforço abnegado dos seus sócios, enriqueceram o património dos concelhos e facultaram os meios necessários para uma salutar convivência vicinal. Ia-se à colectividade em noite festiva; frequentava-se a associação para se jogar à bisca ou à sueca; ali procurava-se o divertimento ou o mero convívio, mas também se vestia o fato domingueiro para assistir ao concerto ou à peça de teatro, para ouvir uma conferência ou participar numa excursão e, como eram tempos em que o acesso à escola era difícil, recorria-se às aulas nocturnas da colectividade para aprender as primeiras letras. Na colectividade encontrava-se o bom livro e o jornal, o conforto que o lar negava, o bom ambiente a que a taberna era avessa, e as novas invenções que fizeram espantar o homem: a telefonia e a televisão. A dimensão da festa dava-a também a colectividade. As associações locais foram os eixos animadores sócio-culturais exclusivos do concelho, concretizando o princípio da democracia popular, que se traduziu na expressão das diferentes subculturas, na prática efectiva e na participação responsável, fornecendo aos excluídos da cultura tradicional os meios de se cultivarem por si próprios, segundo as suas necessidades e verdadeiras exigências. A elas é o concelho devedor das sementes da cultura e do desporto. Quando se alcançou, em abril, a aurora da liberdade, reconheceuse que as colectividades tinham sido as únicas instituições que tinham mantido aceso o fanal da democracia, pois consagraram o sufrágio livre e universal e as suas assembleias gerais mais não eram que pequenas réplicas dum parlamento democrático, se é lícito o paralelismo, porque ali se discutia livremente, ali se defendiam e contraditavam propostas, em suma, ali se formava uma vontade colectiva livremente expressa. Delas se disse então que tinham sido autênticas escolas de democracia. A Banda Democrática 2 de Janeiro atravessou o mar encapelado do século XX e apresenta-se, hoje, renovada, pronta a enfrentar os desafios do novo século. Sem negar os princípios democráticos de Igualdade, Liberdade e Fraternidade, que foram sempre o seu fanal, e, como disse certa feita o Dr. Paulino Gomes, «mantendo intangíveis as sua honrosas tradições de democracia de cujo seio proveio, por quem sempre foi aclamada e de cujo calor tem sempre vivido», a associação soube compreender, logo nos primeiros anos da sua existência, as vantagens de se manter equidistante dos partidos, dedicando-se exclusivamente à satisfação dos interesses dos seus sócios e da população em geral. Assim se mantém. Sempre fraternal, esteve na primeira linha das acções de solidariedade realizadas no Montijo e aprendeu a contar com as próprias forças e com o apoio dos amigos para responder às suas necessidades. Pelos serviços prestados à comunidade a Banda Democrática mereceu a honra de ser distinguida, em 1923, com o título de Sócia Benemérita e com a Medalha de Louvor da Sociedade Portuguesa da Cruz Vermelha; em 1926, com a Medalha de Prata da Associação Humanitária Recreativa Canhense; em 1933, com o título de Sócia Honorária da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Montijo; em 1950, foi considerada Subscritora Benemérita pela Santa Casa da Misericórdia de Montijo e, em 1957, recebeu o Brasão de Prata da Cidade de Guimarães, pela sua participação nas Festas Gualterianas. O seu historial regista ainda a Medalha de Louvor, que lhe foi atribuída pela Liga dos Combatentes da Grande Guerra, e a Medalha Comemorativa dos 50 anos da Fundação da Federação Portuguesa das Colectividades de Cultura e Recreio. A Banda Democrática é sócia fundadora da Associação de Futebol de Salão do Distrito de Setúbal. O reconhecimento oficial da sua profícua actividade em prol da cultura recebeu-o com a outorga do estatuto de Pessoa Colectiva de Utilidade Pública, feita por Despacho do Primeiro Ministro, Professor Doutor Aníbal Cavaco Silva, publicado no Diário da República, II Série, de 2 de abril de 1986. A Banda Democrática 2 de Janeiro tem 1207 sócios e uma quotização anual no montante de 5.556 Euros e, apesar de todas as vicissitudes que passou ao longo dos seus noventa anos de existência, orgulha-se de ser titular de um património edificado avaliado em mais de 1.500.000 Euros. O braço do povo a fez e a enriqueceu.

 

In Aspectos da Vida da Banda Democrática 2 de Janeiro por Rui Aleixo 

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